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Conheça 4 projetos inovadores para cursos a distância

Criado: Terça, 26 de Fevereiro de 2019, 10h27 | Publicado: Terça, 26 de Fevereiro de 2019, 10h27 | Última atualização em Terça, 26 de Fevereiro de 2019, 10h27 | Acessos: 1739

Quatro projetos de universidades voltados para cursos de EAD (ensino a distância) mostram que a tecnologia pode facilitar o contato dos alunos com a prática de suas áreas de estudo e até ajudar gestores a evitar a evasão.

Os trabalhos foram contemplados em um edital de financiamento da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), por meio do sistema UAB (Universidade Aberta do Brasil), que selecionou, em 2015, 19 projetos para receberem investimentos. Três deles foram premiados e os outros apresentados no 1o Workshop de Inovação da Diretoria de Educação a Distância em dezembro.

O primeiro lugar foi para um jogo de gestão pública da UFPR (Universidade Federal do Paraná). O SIMgesp simula a gestão de uma cidade de porte médio. Nele, os estudantes assumem as cadeiras de prefeito e de secretários e têm que tomar decisões estratégicas de acordo com planejamento financeiro, orçamento público, contabilidade, contingências e relacionamento entre esferas federal, estadual e municipal.

“Às vezes, a gente não entende a dificuldade do executor. O simulador retrata isso de forma lúdica, como um alagamento, a instalação de um pedágio na cidade. Fica mais visível para o aluno”, diz o professor de administração Gustavo Abib, coordenador do projeto. O game inclui uma competição entre cidades, que concorrem por recursos e por melhor gestão, com indicadores como satisfação da população, infraestrutura e saúde. O município com melhor desempenho cresce porque atrai mais investimentos, pessoas e indústrias.

A equipe que desenvolveu o simulador incluiu cinco professores das áreas de pedagogia, engenharia, economia e administração. A programação foi feita por uma empresa terceirizada. O produto final ficou pronto em dezembro e foi liberado para uso das instituições da UAB. “Estamos em negociação para qualquer universidade poder utilizar”, diz Gustavo.

Testado em turmas da UFPR, o simulador começa a ser aplicado por professores cadastrados neste semestre. O coordenador pretende ainda fazer pilotos com gestores públicos para o treinamento de equipes de administrações municipais.

Combate à evasão

Uma plataforma de mineração de dados para predição de evasão em ambientes EAD da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) ganhou o segundo lugar no workshop. Chamada Websensors-EAD, a plataforma analisa informações históricas sobre o comportamento virtual de estudantes com o objetivo de evitar o abandono dos cursos.

“É uma análise complexa, depende de diversos fatores extraídos de sistemas de ensino a distância de uma universidade, por exemplo, a frequência de acesso dos estudantes em seus cursos, acesso aos questionários, interação em fóruns, notas em atividades, se assistiu ou não videoaulas, entre outros”, explica o professor Ricardo Marcacini, da área de Sistemas de Informação do CPTL (Campus de Três Lagoas) da universidade, que coordenou o trabalho junto com o professor Bruno Nogueira, da FACOM (Faculdade de Computação) da UFMS.

A análise é personalizada de acordo com as características de cada curso e usa a inteligência artificial para buscar automaticamente padrões de comportamento. Os alunos são separados por grupos de risco de evasão, que pode ser baixo, médio, alto e crítico. “Essa organização pode ser utilizada para políticas preventivas de combate à evasão, antes mesmo do estudante desistir do curso”, explica o professor. A plataforma notifica periodicamente, por e-mail ou pelo sistema, os gestores sobre a atuação dos estudantes.

O projeto foi desenvolvido em cooperação pelo LivES (Laboratório de Computação Científica) e pelo LIA (Laboratório de Inteligência Artificial) da universidade. Teve ainda a colaboração do LABIC (Laboratório de Inteligência Computacional), do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP).

Finalizada no segundo semestre de 2018 e testada com dados históricos da UFMS, o primeiro uso real acontece neste semestre na universidade e em instituições que entraram em contato com a equipe do projeto durante o workshop da Capes.

Cadastrada no portal eduCAPES, a plataforma está disponível para uso de todas as universidades da rede UAB.

Física virtual

O terceiro lugar no workshop foi para um laboratório virtual que usa recursos de realidade aumentada, o Ambiente Virtual de Aprendizagem e Trabalho Acadêmico Remoto (AVATAR), da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

O usuário baixa um aplicativo, o AVATAR UFRGS, disponível para Android e iOS. Com ele, tem acesso a uma plataforma que simula experimentos sobre fenômenos. Desenvolvido com o sistema de código aberto OpenSimulator, o ambiente inclui assistentes virtuais, com quem o usuário pode interagir e fazer perguntas.

Desenvolvido no Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação (CINTED) da UFRGS, o projeto teve a participação de doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação (PPGIE) da universidade, sob coordenação da professora Liane Tarouco.

Medições com o celular

Outro projeto da área de física contemplado pelo edital da Capes foi o aplicativo M-LABS, para criação de experimentos e medição de dados da UFRB (Universidade Federal Rural do Recôncavo da Bahia), desenvolvido em parceria com o IFBA (Instituto Federal da Bahia).

Voltado para o ensino da disciplina nos cursos EAD, o aplicativo, disponível na versão Beta para Android, usa sensores de celulares e tablets para medir aceleração, velocidade, campo magnético, intensidade sonora, intensidade luminosa, posição, óptica, entre outros fenômenos.

“O objetivo é dar suporte no ensino a distância como ferramenta de tecnologia nos polos, permitir a maior apropriação das grandezas físicas, independente de ter que ir ao laboratório para fazer medidas. Aliada a isso, tem a possibilidade dos alunos usarem os sensores livremente. Podem medir o que quiserem, onde quiserem”, explica o professor do IFBA Leandro Sodré, pesquisador do instituto e da UFRB. O projeto foi coordenado pelo professor Ariston Cardoso.

O aplicativo foi testado com estudantes de ensino médio técnico do instituto e com alunos de engenharia da UFRB. “Despertou a curiosidade. Eles receberam bem a proposta”, diz Leandro, que desenvolveu o trabalho com um grupo de cinco professores e seis estudantes de graduação das áreas de física e engenharia.

Há ainda um módulo externo, apelidado de “Black Box”, com sensores adicionais. A caixa pode ser conectada ao aplicativo via bluetooth para tirar medidas que o celular não conseguir fazer. Depois, manda os dados para o aplicativo para gerar informações e gráficos.

“Constatamos que nem todos os celulares possuem os mesmos sensores. Alguns fazem algumas medidas e outros fazem outras. Por exemplo, celulares mais novos não medem campo magnético. Resolvemos este problema com o módulo externo”, explica Leandro. Por enquanto, existe apenas um protótipo da caixa. Interessados podem solicitar aos professores os arquivos, códigos dos programas e circuitos eletrônicos para montar o módulo.

Fonte: texto escrito por Fernanda Nogueira, publicado originalmente no Portal Porvir – Inovações em Educação, em 22/02/2019. Veja aqui a publicação original.

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