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Entrevista com Miguel Zamberlan, diretor de EaD do Instituto Federal de Rondônia

Criado: Segunda, 09 de Outubro de 2017, 21h19 | Publicado: Segunda, 09 de Outubro de 2017, 21h22 | Última atualização em Segunda, 09 de Outubro de 2017, 21h25 | Acessos: 2753

Miguel Fabrício Zamberlan é docente do Instituto Federal de Rondônia - IFRO desde 2010. Com uma experiência prévia em Educação a Distância em uma faculdade particular de Cacoal – a 479 quilômetros da capital rondoniense, Porto Velho, foi naturalmente envolvido pela EaD no Instituto. Hoje, é Diretor de Educação a Distância da instituição, gerindo um campus voltado para essa modalidade de ensino.

Zamberlan também é membro do Grupo de Trabalho (GT) do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica – CONIF, que tem o objetivo de institucionalizar a Educação a Distância dentro dos Institutos Federais.

O diretor de EaD do IFRO é graduado em Tecnologia em Informática pela União das Escolas Superiores de Cacoal, com pós-graduação em Redes de Computadores e Didática do Ensino Superior. Atualmente, é mestrando em Administração. Tem experiência na área de Tecnologias para Educação, com ênfase em Ensino a Distância, experiência em Desenvolvimento de Sistemas Educacionais e Redes de Computador com foco em Forense Digital.

Miguel Zamberlan esteve presente no I Encontro de Educação a Distância do IFPA, no qual falou um pouco da sua experiência em EaD, do seu envolvimento no GT do CONIF e de suas impressões sobre o trabalho do IFPA nessa importante modalidade de ensino.

 

Repórter: Como você se envolveu profissionalmente com a EaD?

Miguel Zamberlan: Eu comecei meu envolvimento com a EaD na iniciativa privada. Era Diretor de Tecnologia de uma faculdade de Medicina de Rondônia e, lá, nós atuávamos fortemente com EaD nas disciplinas que eram possíveis dentro da área da Saúde. Quando eu entrei no Instituto, naturalmente, foi surgindo o envolvimento.

 

R: Como você avalia o panorama atual da EaD no Brasil e na nossa Região?

M.Z: No Brasil, vou falar dos Institutos Federais: existem muitas iniciativas sendo discutidas, porque está faltando recurso e nós sabemos que a EaD pode se constituir também em um recurso para oferta de cursos a regiões onde nós não vamos conseguir abrir campus em razão dessa falta de recurso. A nível nacional, isso é uma realidade em todos os campi. Pelo que conversei com o Márcio [Wariss, chefe do Departamento de Educação a Distância do IFPA], vocês têm aqui no Estado do Pará uma situação muito parecida com a de Rondônia, que é regiões de difícil acesso, tão longe umas das outras que a locomoção física nem sempre é possível. Então, nesse caso, a EaD com certeza vai ajudar.

 

R: Como foi o processo de criação do campus de EaD no IFRO? Por que a opção por uma estrutura de campus? A demanda do Estado justifica essa estrutura?

M.Z: Eu diria tranquilamente que, quando nós falamos de Educação a Distância, você pode chegar a lugares em que uma unidade física da instituição não vai chegar, mas você precisa também dar um impulso para ela. Não estou falando em relação a expertise, mas em relação a fôlego, a ter alguém que consiga capilarizar. Hoje, o Campus da Zona Norte, que é o que oferta os cursos EaD do IFRO, está pequeno. Ele já não comporta mais ofertas. Por quê? Mesmo com 70 professores, 50 técnicos administrativos, mais de cinco mil alunos, entre cursos com fomento e sem fomento, nós esgotamos a capacidade; por isso, estamos levando isso para outras unidades agora. Então, a EaD tem importância. As pessoas ainda carecem muito de formação, especialmente onde não temos a instituição.

 

R: Como você avalia a importância do processo de institucionalização da EaD na Rede Federal dos Institutos Federais para que a modalidade se consolide?

M.Z: Acredito que consolidar a Educação a Distância na Rede Federal só vai ser possível se tivermos algo que deixe evidente que a institucionalização existe. É muito complexo você falar com gestores ou com técnicos e docentes sem tocar no assunto de EaD e haver questionamentos sobre o papel deles, como eles podem ou não podem fazer, o que devem e o que não devem fazer e, inclusive, qual é o papel do gestor ao se envolver. Infelizmente, até pelos programas de governo, criou-se a cultura de que a Educação a Distância tem que ser feita à parte da instituição. Eu digo que ela não pode ser um apêndice, não pode ser tratada à parte. A instituição tem que respirar EaD, assim como tem que respirar Ensino, Pesquisa e Extensão. Tem que estar inserida na rotina da instituição.

 

R: Você pode montar um breve histórico do envolvimento do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica – CONIF com o processo de institucionalização da EaD na Rede?

M.Z: O CONIF vem discutindo e aceitando as discussões sobre a institucionalização desde 2010. Inclusive, em 2012, ele aprovou um projeto muito bom de institucionalização, que foi submetido ao MEC [Ministério da Educação], mas não teve seguimento. Então, hoje, o CONIF quer nos dar apoio, por meio de seus reitores, para que a SETEC [Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação] olhe a institucionalização, porque nós precisamos de documentos que oficializem isso e que deem respaldo para as ações de cada Instituto. O CONIF é que tem condições de dialogar com a SETEC de maneira mais efetiva.

 

R: Quais são os objetivos e a importância do Grupo de Trabalho [GT] formado a partir desse processo no CONIF?

M.Z: O GT tem como principal atribuição munir o CONIF e o Fórum de Dirigentes de Ensino de informações que trazem soluções para a institucionalização de maneira pontual. O Grupo de Trabalho fez contato com todo mundo e buscou escutar cada uma das instituições para que a proposta pudesse atender plenamente os anseios destas. Sem isso, tenho certeza de que o GT não teria sido tão assertivo a ponto de nós já contarmos com ações propostas sendo implantadas de maneira imediata.

 

R: Que avanços você destacaria a partir dessas ações e conquistas do GT?

M.Z: Acredito que o principal desses avanços é a matriz orçamentária, que já está valendo para o ano que vem [até 2017, cada aluno da Educação a Distância era contabilizado dentro do orçamento anual da instituição como equivalente a 25% do estudante presencial; a partir de 2018, esse percentual será de 80%]. Foi uma ação muito importante. A Portaria sobre a Carga Horária Docente [que permitirá destinar carga horária do docente da instituição para planejamento, aulas e outras ações da EaD] vai ser fundamental, apesar de não ter sido publicada ainda, pois o Ministério [da Educação] prorrogou novamente a publicação dela. Mas ela tem uma relevância muito significativa porque ajuda a parte de Ensino a se mobilizar. Creio que esses são os dois pontos principais de contribuição do GT.

 

R: Para finalizar, pelo que conheceu durante o I Encontro de Educação a Distância do IFPA, como você avalia o trabalho em Educação a Distância que o IFPA está desenvolvendo dentro do atual Departamento, que em breve será um Centro de Referência?

M.Z: Eu acredito firmemente que a estrutura de Centro de Referência é o melhor caminho. O Instituto Federal de Rondônia não tem Centro de Referência porque nós já somos campus. Posterior ao Centro de Referência, o Campus pode sair mais naturalmente. Só que hoje a SETEC não vai fazer a liberação de campus, então o Centro é o máximo a que se pode chegar atualmente. Se o IFPA está buscando isso, é porque está buscando o melhor. Então, tenho certeza de que vai gerar bons resultados.

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